Hatha Yoga and/or Hatha-Vinyasa classes for all audiences - Brasília/DF

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• Tem quanto tempo que você possui interesse pela matéria que você leciona e por dar aulas particulares?

  No início de 2017 comecei minha jornada no yoga. Pratiquei por um semestre e tive de parar devido a incompatibilidade de horários, mas sabia que eu voltaria assim que possível, pois havia amado tudo a respeito da prática: os desafios físicos, a filosofia, a conexão corpo-mente-espírito. Era uma verdadeira imersão. Logo no início de 2018 voltei a praticar e desde então nunca mais parei. Em 2019 senti uma vontade forte, um chamado como gosto de entender, para me tornar professor de yoga e me aprofundar naquilo que tanto me fazia bem, além de poder oferecer às demais pessoas um pouco de tudo que vivenciei ali. Em 2020 fiz minha formação e imergi mais ainda no yoga, num caminho que só vem se aprofundando e se enriquecendo. É uma jornada sem fim a de ser professor, sempre em busca de mais conhecimento e qualidade, lapidando meu ofício ao mesmo tempo que a minha própria prática e escolha de vida. O gosto pelas aulas particulares vem desde minha primeira formação, em Biologia, quando estagiei numa escola de reforço e dava aulas individuais ou para pequenos grupos. Era prazerosa a troca mais íntima dessa forma. E as raízes desse gosto por ensinar vem lá da época em que eu estava na escola. Sempre fui muito estudioso, então era de praxe eu fazer revisões e ensinar para meus colegas os assuntos das provas. Tinha gosto em partilhar meus conhecimentos, em ensinar e ajudar os outros, além da sensação maravilhosa de quando as pessoas entendiam facilmente o que eu estava explicando!

• Conte-nos um pouco sobre a matéria que você leciona: o que você mais você sente prazer em ensinar e o que, eventualmente, te agrada menos?

  O que mais gosto de ensinar dentro do yoga é a respiração e a parte filosófica, subjetiva da prática. A respiração eu gosto porque é a base de todas as aulas e é o que mais importa no cotidiano dos alunos e alunas. Já tive vários relatos de pessoas a quem dei aulas que expressam maravilhadas como usam a respiração consciente no dia a dia e como é algo mágico, que faz toda a diferença na vida. Saber respirar bem, com qualidade, é libertador e empoderador. Quanto à filosofia, tenho gosto pois está relacionada à base do yoga, à sua essência mais tradicional. As posturas são um fenômeno mais recente, moderno. Já a filosofia, a parte subjetiva e sutil do que acontece quando se pratica yoga, é milenar, compondo o verdadeiro motor de transformação no processo de autoconhecimento individual e de espiritualização (evolução) por meio do yoga. E é isso o que mais me agrada dentro da prática: o potencial de descobrir-se por meio do mergulho em si mesmo.

• Qual(ais) é(são) seu(s) modelo(s) ou inspiração(ões)? Pode ser desde um professor até um artista ou obra que tenha te inspirado!

  Meus maiores inspiradores são meus professores, Mari e J (Unmaní Yoga), com os quais sigo tendo a maior parte da minha prática pessoal e também com quem iniciei minha formação profissional. Além de profissionais excelentes, que buscam preservar o yoga enquanto filosofia e reforçam sempre a importância dos conhecimentos de anatomia e ajustes físicos durante a prática, são pessoas maravilhosas que, de fato, vivem o yoga. É aquele caso que dá gosto de ver o discurso alinhado à prática. Me inspiram muito o acolhimento, a excelência e a autenticidade, qualidades que busco fortalecer sempre, tanto enquanto pessoa, quanto como professor. Acima de tudo, são meus amigos.

• Quais são, na sua opinião, as qualidade necessárias para ser um excelente profissional na sua especialidade de ensino?

  O essencial é, sem dúvida, cultivar a mentalidade de aprendiz: ter curiosidade, humildade e estar sempre estudando e praticando. É importantíssimo buscar referências de aulas diferentes e aprofundar o entendimento físico em cada postura, por meio da prática pessoal, pois só assim se tem segurança e um repertório variado, consolidado para conduzir as aulas com qualidade. Estudar a teoria também é de grande valia, pois o yoga é muito mais do que posturas físicas. Sem a filosofia, a prática se esvazia e perde consistência. Outro ponto essencial é trabalhar o acolhimento. Ser professor de yoga é, acima de tudo, acolher cada pessoa que vem em busca das práticas, seja para se exercitar, seja em busca de autoconhecimento. Entender que cada indivíduo tem uma jornada própria e única é necessário para poder andar de mãos dadas com ele ao longo de seu tempo de prática, respeitando seu ritmo e sua vivência. Compreender que essa história está impressa em seu corpo é fundamental para respeitar suas limitações e possibilitar a construção de sua autonomia, tanto na prática, quanto em sua vida.

• Você teria alguma história e/ou curiosidade engraçada relacionada à sua profissão ou as aulas para compartilhar?

  Não é algo engraçado, mas um fenômeno curioso que percebi ao longo de minha jornada profissional no yoga: quanto mais me aprofundo nos estudos e na profissão, mais sinto a urgência, quase como uma obrigação, de seguir os ensinamentos que aprendo e aqueles que transmito em minhas aulas. É aquela questão da autenticidade e compatibilidade do discurso com a ação. Chega a ser arrebatador, ao mesmo tempo suave e orgânico, natural, como um desabrochar de flor de dentro pra fora.

• Confesse pra gente, você também já passou por alguma dificuldade na escola/faculdade na matéria que você leciona...

  Como o yoga é uma prática que não existe em escolas ou faculdades formalmente, não tive esse tipo de vivência. Mas, sem dúvida, no início da minha prática pessoal eu tive enormes dificuldades. Pra mim, era extremamente complexo estar em posturas tidas como simples, como a postura do bastão e a postura do uttanasana. Além disso, a dificuldade em relaxar no final e em meditar... Esses eram os momentos mais desafiadores, bem mais do que as posturas intensas das aulas! Hoje, assim como tudo na vida se torna mais fácil com a prática, esses são processos mais naturais para mim. Creio que outra grande dificuldade que ainda percebo latente é a de ter gentileza com meu próprio processo e corpo. Costumo exigir muito de mim em minha prática pessoal, como se fosse uma luta de mim comigo mesmo, e na verdade o yoga preconiza a autogentileza e o acolhimento próprio. É um caminho eterno de aprendizagem.

• Nos ajude a te conhecer um pouco melhor, conte-nos um pouco sobre suas paixões!

  Além do yoga, que descobri ser uma paixão e quis compartilhá-la com o mundo, sou apaixonado pelas artes, sobretudo a escrita e a poesia. É a forma pela qual melhor me expresso, e sinto que consigo tocar as pessoas com minhas palavras. Tanto que tenho vários escritos, sobretudo poesias, e já até publiquei um livro com algumas delas. Amo ler! Também amo dançar e amo o teatro. São espaços artísticos onde já tive vivências muito especiais em minha vida. Além disso, me fascino pela psique humana. Gosto muito de estudar sobre psicologia, refletir e debater sobre os mistérios de ser humano, e futuramente pretendo me especializar nessa área. Por fim, sou apaixonado pela natureza. Não tem nada melhor pra mim do que estar no meio do mato, numa trilha ou numa cachoeira. É onde me conecto com o divino e me sinto parte de algo muito maior. É onde me sinto em casa.

• O que faz de você um Superprof (além de ter respondido a esta entrevista :-P) ?

  Meu gosto pelo ensino e pela aprendizagem. Reconhecer-me como aprendiz e como professor, não só em minhas aulas, mas em todas as esferas de minha vida, me permite aprender sempre, expandir meus horizontes e vivenciar experiências maravilhosas. Assim, enxergo a vida com olhos deslumbráveis de criança, que está sempre pronta e curiosa para aprender com as novidades da existência, mas que também sabe do valor e do conhecimento que carrega consigo, disposta a compartilhá-lo com quem quer que seja. E mais que reconhecer-me aprendiz e professor, é reconhecer a todes que me cercam da mesma forma. Enxergar as relações como uma mini-escola, em que cada um tem algo a ensinar e a aprender, é algo mágico e confere mais leveza e sentido à vida.